A palavra "filosofia" significa literalmente amor à sabedoria. Pitágoras, que nasceu por volta de 570 a.C., considerado o primeiro pensador que se intitulou filósofo, via os filósofos como espectadores nos jogos festivos, e não como atletas. Desde então, os filósofos sempre têm-se orgulhado de olhar para as coisas imparcialmente. Mas repudiaram a idéia de que a filosofia é um esporte de expectadores passivos. É uma luta sem descanso diferenciar a realidade das aparências. Apenas recuando e fazendo as perguntas certas podemos esperar chegar à verdadeira natureza das coisas.
COMPREENDENDO A NATUREZA DAS COISAS:
Através dos séculos os filósofos têm discordado a respeito do que poderia ser a verdadeira natureza das coisas.
¨¨¨¨ PLATÃO: (427-347 a.C.) Tinha uma visão das eternas idéias ou formas que jazem por trás de nosso mundo físico, mutante e decadente. Na frente dessa hierarquia de formas estava a forma do bem.
¨¨¨¨ ARISTÓTELES: (384-322 a.C.) Via o mundo como produto da interação de diversas causas. Se voltarmos atrás o bastante, devemos presumir uma Causa Primeira para tudo.
¨¨¨¨ RACIONALISTAS DO SÉCULO XVII: Buscavam descobrir a estrutura racional da realidade, orientados apenas pela razão.
¨¨¨¨ EMPÍRICOS: A razão isolada não basta: todo o nosso conhecimento deve ser fundamentado na informaçaõ fornecida pelos sentidos.
¨¨¨¨ MATERIALISTAS: Não há realidade além do físico.
¨¨¨¨ IDEALISTAS: Tudo o que é físico é expressão da operação de uma mente absoluta e espiritual.
¨¨¨¨ AGNÓSTICOS: Tais questões não podem ser resolvidas dessa ou daquela forma por causa das limitações do conhecimento humano.
¨¨¨¨ EXISTENCIALISTAS: Preocupados com o que fazer com a existência humana diante das incertazas da vida ausência de valores absolutos no mundo materialista.
Latente em todos esses filósofos estão as perguntas recorrentes: "O que devemos fazer com o mundo em que vivemos? O que existe por trás dele, se é que existe? Como podemos fazer? Como chegamos a saber? Podemos ter certeza?" A variedade de respostas apresentadas não depende de modo algum das pressuposições básicas e dos compromissos do filósofo que dá a resposta.
O ESTUDO DE DEUS:
O termo "teologia" significa basicamente discursar a respeito de Deus. Mas falar de Deus levanta a questão: "Como saber se o que estou dizendo a respeito de Deus é verdade?. Por isso a palavra "teologia" é utilizada em referência ao estudo disciplinado de Deus, de sua natureza, de seus atributos e de seus relacionamento com o universo e as pessoas. A teologia cristã fundamenta-se na crença de que Deus se revela na natureza, na história e nos negócios humanos. O Deus que se revelou dessas formas é aquele que fala na Bíblia e se fez homem em Jesus Cristo. A teologia cristã tenta compreender o que Deus nos revelou e o que essa revelação significa.
Desde o tempo da igreja primitiva tem havido um relacionamento constante de amor e ódio entre a teologia e a filosofia.
¨¨¨¨ JUSTINO MÁRTIR: (apologista grego, morreu em 165) Considerava a filosofia grega uma preparação do mundo gentio para vinda de Cristo mais ou menos da mesma forma que o Antigo Testamento preparara o povo judeu.
¨¨¨¨ TERTULIANO: (apologista latino, 160-220) A filosofia é do diabo e a raiz de toda heresia.
¨¨¨¨ ORÍGENES: (185-254) Adaptou livremente o pensamento platônico como explicação da doutrina cristã.
¨¨¨¨ TOMÁS DE AQUINO: (1225-74) Utilizava as recém-descobertas obras de Aristóteles como como fundamento filosófico para a teologia. No pensamento tomista, fundamentos nos ensinos de Aquino, a teologia natural (o conhecimento de Deus baseado em nossa observação do mundo) serve de fundamento da teologia revelada, que depende de revelação especial em Cristo e na Bíblia.
¨¨¨¨ OS REFORMADORES: Embora não eliminassem de todo as idéias gregas e medievais dos seus esquemas de pensamento, geralmente desprezavam a teologia natural a favor da teologia revelada contida na Bíblia.
Desde o século XVII os filósofos têm sido cada vez mais hostis à teologia, embora não a excluam. Frequentemente a filosofia tem sido considerada completo substituto da teologia, ou pelo menos a oferta de uma visão de mundo em que os teólogos têm de encaixar suas idéias da melhor forma possível. Até agora tem havido nenhum consenso harmônico sobre como as duas se relacionam. Mas precisamos ter em mente que a filosofia não é matéria como, digamos, a química, a física ou a literatura. Cada uma dessas tem um assunto próprio, mas a filosofia não tem uma esfera de ação própria. Estritamente falando, não existe filosofia propriamente dita.
É sempre a filosofia de alguma outra coisa, a filosofia da ciência, a filosofia da moral(ética), a filosofia do conhecimento(epistemologia), a filosofia do ser(metafísica), a filosofia da linguagem e a filosofia a religião. É sempre essa outra coisa que fornece a matéria prima pra a filosofia.
Os filósofos da ciência não possuem nenhum conhecimento superior que lhes dê um atalho para a verade científica, mas estão preocupados com o tipo de conhecimento obtido pelo cientista mediante as hipóteses, observações e experiências. Da mesma forma, os filósofos da religião não têm nenhum acesso superior ao seu assunto que seja negado aos mortais menos importantes. Mas realizam a importante tarefa, às vezes monótona, de fazer perguntas a respeito da linguagem dos teólogos e suas alegações da verdade. Isso leva de volta a Pitágoras e à sua afirmação de que o filósofo é um espectador imparcial. Para devida prática da filosofia, precisamos dar um passo atrás e refletir, mas também nos envolver. Um filósofo da ciência que não tenha experiência prática da ciência moderna dificilmente estaria apto a fazer pronunciamento sobre métodos científicos. O que é verdadeiro no reino da ciência natural não é menos verdade na teologia.
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